Por: Jorge Soley
A realidade se impôs sobre o debate de gênero e os atletas de sexo masculino que tinham a ilusão de ganhar uma medalha olímpica, embora fosse na categoria feminina, já podem ir tirando o cavalinho da chuva.
A realidade se impôs sobre o debate de gênero e os atletas de sexo masculino que tinham a ilusão de ganhar uma medalha olímpica, embora fosse na categoria feminina, já podem ir tirando o cavalinho da chuva.
Se não fosse pela capacidade da ideologia de gênero em fazer infelizes muitas pessoas, que vivem numa trágica confusão, ela seria fonte de marcos inesquecíveis, dignos de qualquer antologia de humor que se preze. O papo-furado dos ideólogos de gênero se presta a ridicularizações e piadas de todo tipo. Eles se empenham em nos impor um absurdo: não existem sexos, tudo é uma construção social e, em consequência dessa ideia, podemos perfeitamente redefinir nosso sexo por mero capricho sempre que quisermos.
A esta loucura, uma alucinação totalmente desconectada da realidade, chamam direito, e não sei quantas coisas mais. É como se alguém se empenhasse em dizer que a lei da gravidade é uma construção social, uma imposição do terrenismo* que não quer nos deixar voar e defender o direito de abrirmos a janela e sair voando pelo ar se este for nosso desejo. Entretanto, nestes casos este "voo elevado", que tem consequências previsíveis, nunca ocorre com um teórico do assunto, e sim, com algum pobre descuidado que deu ouvidos aos teóricos e acaba sendo massacrado por suas escolhas, ao se confrontar com a realidade de que não vai voar se pular da janela.
Uma das últimas áreas nas que acabam de implantar a falta de sentido da ideologia de gênero é nas Olimpíadas. Um terreno especialmente perigoso e que tem exposto as contradições desta ideologia.
Os atletas "transgêneros" poderão participar das competições olímpicas que desejarem sem necessidade de cirurgia.
Esta frase é da notícia de aprovação de uma nova norma por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que os atletas "transgêneros" poderão participar nas competições olímpicas que desejarem sem necessidade de cirurgia. Não entraremos na questão da cirurgia (como se uma intervenção cirúrgica, seja uma mutilação ou um enxerto, normalmente acompanhado da suplementação - oral ou intramuscular - de determinados hormônios, fosse capaz de transformar, como num passe de mágica, um homem em mulher ou vice-versa). O COI definiu que um atleta que diga que se sente do sexo contrário ao seu poderá competir nas provas reservadas para esse sexo.
Deixando claro: uma mulher que diz se sentir homem poderá competir nas provas masculinas e um homem que diz se sentir mulher poderá competir nas provas femininas. Que maravilha! Que conquista para a liberdade de gênero! Viva o Comitê Olímpico Internacional! Abaixo o heterofascismo!
Alguém advertiu que as competições femininas podiam se encher de homens e devido a diferença de constituições, eles poderiam ficar com a maioria das medalhas.
Um momento, um momento... não corram tanto e leiam as letras miúdas. Acontece que, depois dos "vivas" e de abrirem a champanhe para celebrarem o marco, alguém advertiu que as competições femininas podiam se encher de homens que dizem se sentirem mulheres e que, devido a diferença de constituições, podiam ganhar a maioria das medalhas. Em que confusão se meteram!
O caso é que o COI teve que fazer uma pequena mudança para que as Olimpíadas do Rio não se tornassem uma bagunça: as atletas mulheres que dizem se sentir como homens poderão participar nas competições masculinas sem restrição, mas no caso contrário, um homem que se sente mulher, propuseram restrições adicionais, como por exemplo, ter testosterona abaixo de certos níveis ao menos durante um ano antes da competição. Ou seja, iguais mas não tanto. Isto é, o sexo é uma construção social... exceto se for homem e quiser competir em categorias femininas.
A realidade acaba se impondo sobre a discussão de gênero e os atletas do sexo masculino que haviam se iludido de que ganhariam medalha olímpica, embora fosse na categoria feminina, já podem se despedir.
A propósito, no comunicado do COI cometeram um deslize, uma afirmação inusitada que atenta contra a lógica mais clara e simples: em relação as provas cromossômicas para verificar o sexo de um atleta, afirma que são "não-científicas e antiéticas".
O cromossomo não é científico; científico deve ser uma conversa no bar com o atleta investigado em que vai explicar sua vida e seus traumas.
Já sabem, o cromossomo não é científico; científico deve ser uma conversa no bar com o atleta investigado em que vai explicar sua vida e seus traumas. E claro, o cromossomo é antiético, tão antiético como a lei da gravidade, a íris do olho ou a resistência dos metais.
Acontece que a realidade existe, a natureza existe, apesar dos muitos discursos pomposos e politicamente corretos que fazem e os muitos aplausos que recebem. Todos os discursos são radicalmente incapazes de mudar a natureza: não podem nos fazer voar por nós mesmos, nem transformar um homem em uma mulher ou vive-versa. É por isso que a ideologia de gênero é uma mentira, uma mentira que vão reforçando, embora apenas no papel (na teoria), mas que fica em evidência quando se tem que enfrentar cara-a-cara a realidade.
Fonte original: Actuall
Tradução: Matria
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* Nota: Terrenismo aqui é retratado no sentido de estar preso à vida terrestre (sem nenhuma ligação com o espiritual, divino, transcendental, sobrenatural), seguindo a condição natural das coisas.
Fonte original: Actuall
Tradução: Matria
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* Nota: Terrenismo aqui é retratado no sentido de estar preso à vida terrestre (sem nenhuma ligação com o espiritual, divino, transcendental, sobrenatural), seguindo a condição natural das coisas.