Direita, Esquerda e a polêmica dos shortinhos

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Nessa semana, portais de notícias tidos como sérios noticiaram um protesto realizado por algumas meninas de um caro colégio particular de Porto Alegre. Elas não protestavam por mais bolsas para alunos pobres, nem pela melhoria da educação no Brasil, e é certo que, fosse esse o caso, os respeitabilíssimos órgãos de mídia mencionados não dariam uma palavra a respeito. A mobilização das garotas, que consistiu numa petição virtual aberta endereçada à direção do colégio e num ato com cartazes na quadra do colégio, era para terem permissão de usar shortinhos na escola. Com toda a importância dada ao episódio, muita discussão se seguiu e nós vamos aqui nos abster de dizer o óbvio sobre uniformes e adolescentes, nos concentrando na péssima argumentação vinda das esquerdas e direitas.
Parte da direita se alinha com a nova esquerda a favor da manifestação, usando os mesmíssimos argumentos individualistas. A outra parte, que se diz conservadora, indignou-se e lançou textos críticos, como foi o do blog “Reacionário”, mas essa direita é incoerente e falha em ver aquilo que está debaixo do seu nariz. Partindo do texto do “Reacionário”, vamos apontar resumidamente porque essa direita está errada:

· Defende o capitalismo e o consumismo. Que espécie de imbecil aparece para dizer que defende o consumismo?! É precisamente a sociedade de consumo que pariu os degenerados que os reacionários aí fingem condenar: pessoas que se guiam pelo valor do que compram e não do que são.

· "Países civilizados"! Seria engraçado, se não fosse triste, alguém usando essa terminologia depois de a ideologia progressista ocidental ter fracassado tão estrondosamente. Aí apresentam fotos de outros países, onde supostamente o uniforme escolar é bom porque é como o das “escolas de elite” pelo mundo. Sem entrar na questão de qual era o clima quando as fotos apresentadas foram tiradas, eles não conseguem pensar por si e defender algo coerente com as populações brasileiras sem ter que se apoiar no que vem de fora? Esses direitistas reclamam do Brasil o tempo todo, um Brasil que certamente não conhecem, e uns ainda tem a cara de pau de se dizer nacionalistas. Se os anglo-saxões são modelos para eles, que saibam que são precisamente as nações anglo-saxãs, principalmente os EUA, que fomentam o feminismo ultramoderno e todo tipo de bizarrice atual, e que nos seus "países civilizados" a libertinagem é muito maior que aqui. A vasta maioria da nossa população discorda violentamente das patricinhas da petição ou então tem coisas muito mais importantes para se preocupar.

· Daí o texto diz que “As escolas públicas da periferia costumam permitir tudo” e que os pais não compreendem mais seu papel. Respondemos: as escolas públicas da periferia não permitem tudo por vontade dos gestores ou algo do tipo, nem porque são do Brasil, nem por causa da "doutrinação ideológica marxista". As escolas públicas são palco de tanta coisa ruim porque estas escolas estão precarizadas e impotentes diante da situação política e social, e porque elas atendem gente pobre, que vive na miséria em vários sentidos. Miséria material e também cultural, ambas provenientes do avanço do liberalismo. É claro que os colégios particulares não estão livres da anticultura liberal, muito pelo contrário, e o que aconteceu em Porto Alegre é uma prova disso. Enquanto a hegemonia do liberalismo durar, os pais tendem mesmo a não compreender seu papel, porque o liberalismo quer aniquilar todos os papéis, a não ser o de escravo consumidor e o de senhor financista, mas sem que os primeiros tenham consciência do que são.

A esquerda, geralmente os trotskistas ou nova esquerda, é tão inconsciente da própria situação quanto a direita “conservadora”. Essa esquerda reage com os argumentos de sempre e também está errada:

· Proliferam comentários alegando que “as meninas tem que usar shortinho e a roupa que quiserem, até roupa nenhuma, porque não vão ficar passando calor” ou que “elas se vestem como quiserem e os homens não podem se assanhar para cima delas porque isso é objetificação da mulher”. Ainda afirmam que as mulheres, especialmente as mais velhas, que se colocam contra as roupas indecentes estão com inveja e ressentimento, porque teriam sido reprimidas e submissas ao machismo na juventude.
1. Ora, aí está bem evidente uma noção cara à doença antifeminina militante – a de que sempre que um homem deseja uma mulher, ele está inevitavelmente tratando-a como objeto sexual. Sendo que esse pseudofeminismo diz condenar a objetificação da mulher, a intenção implícita aí é a de acabar com toda a sexualidade masculina e consequentemente toda a sexualidade feminina heterossexual. Em suma, querem ser mais moralistas e fanáticas do que a mais fanática carola de igreja. Nós do MATRIA estamos contra a reificação, mas entendemos que o desejo sexual não é o fator determinante para que ela aconteça, e sim a atitude egoísta e materialista para com outra pessoa, que infelizmente é generalizada hoje, graças àquele "iluminado libertarismo" (de direita e de esquerda). Para que fique mais claro: falamos em reificação aqui no sentido de desprover do status de ser animado e merecedor de dignidade. O desejo sexual tem algo de animalesco sim, mas isso é natural e sadio, desde que esteja subordinado a outras instâncias (simbólicas, morais, sociais, religiosas, etc.) próprias do homem. O primeiro passo para difundir o desequilíbrio nesta relação foi dado precisamente pelos materialistas (de direita e de esquerda) que fizeram de tudo a seu alcance para enfraquecer no mundo moderno o precioso âmbito do supraindividual (que abrange as instâncias mais elevadas mencionadas). Vendo que o resultado foi desastroso, os “progressistas” querem ir mais além e eliminar a parte vil, que restou, e ficar no seu almejado vazio pós-humano, ao invés de restaurar o sexo à sua completude e ordem perfeita.
2. A maioria das roupas que as falsas feministas defendem hoje como liberdade foram desenhadas exatamente para provocar desejo sexual em um viés puramente material pelo corpo, ou seja, objetificar mulheres. Aí, elas defendem o uso dessas roupas em público (que grande liberdade, uau!) como se quem usa o fizesse sem quaisquer fins egocêntricos (lembrando que esses fins sempre passam pelos outros), e tentam anular o efeito externo para o qual foram projetadas. Nunca houve um mais temerário puritanismo do que esse que aspira capar mentalmente os homens! E nenhuma mulher em sã consciência deseja esse mundo capado. Tendo tudo isso em vista, é bastante óbvio que as mulheres, mais velhas ou mais jovens, que se posicionam contra esse desastre estão sendo mil vezes mais sexualmente libertas. Ah, outra coisa: Shorts jeans não é uma roupa confortável, nem fresca. Uma saia de algodão leve lá nos joelhos, por exemplo, é muito mais confortável para um dia de calor.

· Ainda há aqueles que apoiam a manifestação de Porto Alegre, porque vem de uma suposta “nova geração que trará mais respeito e paz para o mundo”. Não, pessoal: a "inovação" dessa sua "nova geração" é de séculos atrás e se chama liberalismo, e ele em nada aumentou o respeito, a ética ou a paz, apenas fez esvaziar o sentido desses conceitos extrapolando todas as práticas concretas nas quais eles se baseavam.

· Os ateus militantes dizem que “a culpa é dos cristãos”. Bem, toda sociedade tem comportamentos específicos com relação a vestimentas e acessórios, e não se pode ignorar que nós estamos em um país de ampla maioria cristã. Se você não se adapta aos modos dos cristãos e de jeito nenhum consegue viver sem desrespeitá-los o tempo todo, não há problema algum, vá viver longe deles com seu pessoal.

· Enfim, toda a argumentação desses esquerdistas é exaustivamente construída em torno de uma certa ideia de liberdade – a mais mesquinha possível, sempre negativa, sempre individualista. Essa "liberdade" é uma prisão sem conteúdo. A verdadeira liberdade é a liberdade dos povos, construída em comunidade!

A nossa intenção aqui é, portanto, aproveitar essa pequena polêmica dos shortinhos para demonstrar o quão estúpidas e inválidas são as velhas correntes políticas, que apesar de se apresentarem como conflitantes, estão sempre defendendo a hegemonia ocidental liberal em uníssono; o quão ambas estão rotas e despreparadas para fazer qualquer coisa válida e bela para o futuro. A Quarta Teoria Política é a única alternativa revolucionária no mundo pós-moderno. Aqueles, vindos da esquerda ou da direita, que se aperceberem da situação em que se encontram a tempo, acabarão do nosso lado. O resto será o inimigo a derrubar.




Conquista do voto feminino no Brasil

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Por Léia Carvalho

Esta semana foi marcada pela lembrança de uma data comemorativa importante para as mulheres brasileiras: a conquista do voto feminino em 24 de fevereiro de 1932.

Há 84 anos atrás, através do Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, o Presidente Getúlio Vargas dá direito ao voto feminino, suprimindo todas as restrições às mulheres e institui o Código Eleitoral Brasileiro, que definia o eleitor como o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma do código. Não havia obrigatoriedade no voto feminino, mas existia no masculino, do mesmo modo que o alistamento nas forças armadas.

Lembremo-nos também de todos os envolvidos na história antes desta conquista.

Em 30 de setembro de 1890, durante a elaboração da primeira constituição republicana, o médico e intelectual baiano César Zama defendeu o sufrágio universal, sendo ele o pioneiro a defender a causa, a fim de que as mulheres pudessem participar efetivamente da vida política no país. Apesar de sua importância na luta pelo voto feminino, ele ficou mais conhecido por sua luta pelo fim da escravidão. 


No Consultor Jurídico do jornal "O Estado de S. Paulo", encontra-se a informação de que logo após a proclamação da República, o governo provisório convocou eleições para uma Assembleia Constituinte. Na ocasião, uma mulher conseguiu o alistamento eleitoral invocando a legislação imperial, a Lei Saraiva, promulgada em 1881, que determinava direito de voto a qualquer cidadão que tivesse uma renda mínima de 2 mil réis. Caso se houvesse registrado seu nome, ela poderia ser contada dentre as primeiras brasileiras a ter direito à voto.

Lopes Trovão,  na discussão da Declaração de Deveres, defendeu com afinco a causa da oficialidade do voto feminino. Em 1 janeiro de 1891, 31 constituintes assinaram uma emenda ao projeto de Constituição, de autoria de Saldanha Marinho, conferindo o voto às mulheres brasileiras.

Almeida Nogueira, na sessão de 2 de janeiro de 1891, defendeu a ideia do sufrágio feminino lembrando que não havia legislação que restringisse o voto às mulheres e que o projeto da nova constituição também não restringia esse direito cívico à elas (A constituição em vigor nessa data era a Constituição do Império de 1824 e determinava que as eleições eram censitárias e indiretas, mas não impedia oficialmente as mulheres de votar - essa constituição só impedia o voto de alguns religiosos que viviam em comunidade claustral).

A pressão contrária foi tão grande, que Epitácio Pessoa, que havia subscrito a emenda, dez dias depois tirou seu apoio, e o Brasil deixou de ser o primeiro país do mundo a conceder o direito de voto à mulher (em 1893, a Nova Zelândia venceu a corrida, tendo como protagonista o movimento sufragista liderado pela religiosa Kate Sheppard que comandava a Women's Christian Temperance Union - União de Temperança das Mulheres Cristãs ou União das Mulheres de Temperança Cristã).

Em 1894, foi promulgada a Constituição Política da cidade de Santos, quando novamente houve uma tentativa de conferir direitos políticos às mulheres, derrubada por pressão dos cidadãos.

Mesmo com a defesa de César Zama, Lopes Trovão, Saldanha Marinho, Almeida Nogueira e os 31 constituintes que assinaram a emenda apoiando o direito de voto às mulheres, a Constituição da República aprovada de 1891, definia como eleitores, cidadãos de 21 anos, que se alistassem nas forças armadas (excetuando-se o alistamento de mendigos, analfabetos, praças e alguns religiosos sujeitos a voto obediência). Ou seja, tinha direito ao voto, quem tinha o dever se ir para a guerra, já que o sufrágio estava vinculado com o alistamento militar. Essa visão era um consenso naquela época em vários países: quem tinha o dever de ir à guerra, tinha o direito de escolher seus líderes; os poderes estavam vinculados com as responsabilidades, isto é, homens e mulheres tinham direitos diferentes, porque seus deveres eram diferentes na época.

Inclusive nesta época, anos da primeira guerra mundial, muitas mulheres se posicionaram contra o voto feminino, pois tinham receio de ter o direito à voto vinculado ao alistamento militar, e consequentemente serem convocadas a ir para a guerra, da mesma forma que os homens. Entre os primeiros países a aprovarem o voto feminino, muitos só permitiam o voto às mulheres que se alistavam no serviço militar.

Havia muita discussão quanto à inconstitucionalidade do veto ao voto feminino, entretanto, mesmo sem uma constituição que impedisse nem que confirmasse o direito, três mulheres se alistaram e chegaram a votar em Minas Gerais no ano de 1905, tendo seus votos posteriormente anulados. Seus nomes não foram registrados na história, infelizmente. Mas estas também poderiam ser contadas entre as primeiras mulheres a votar no Brasil.

Em 1910, a professora Leolinda Daltro, considerando que a Constituição de 1891 era omissa quanto ao voto feminino, requereu alistamento eleitoral, mas teve seu pedido negado. Reagiu reunindo-se com dezenas de colaboradoras, sendo a maior parte delas professoras também, e fundou, com estas mulheres, dentre elas a escritora Gilka Machado, uma associação civil denominada Partido Republicano Feminino. Na mesma época que Leolinda, Myrthes de Campos - primeira advogada a entrar para a OAB - também fez o mesmo requerimento e também teve seu pedido negado.

Novas tentativas na forma de emendas surgiram em 1917, 1920 e 1921, vindas de diversos autores.

Outros nomes conhecido do movimento sufragista foram Bertha Lutz e Jerônima Mesquita. Foram fundadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) em 1919, após Bertha Lutz ter representado o Brasil na assembleia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos EUA, onde foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana.
Jerônima Mesquita, que fundou várias instituições e contribuiu bastante para o progresso nacional, tem seu nome lembrado por ter a data de seu aniversário - 30 de abril - se transformado no Dia Nacional da Mulher (ou Dia da Mulher Brasileira), pela Lei nº 6.971, de 9 de junho de 1980 (100 anos após seu nascimento e 8 anos após sua morte) assinada/aprovada pelo presidente militar João Figueiredo (último presidente do regime e que ficou mais tempo no poder na história nacional).

Vale lembrar também os nomes da poetisa Laura Brandão e a operária Maria Lopes que integravam o "Comitê das Mulheres Trabalhadoras", fazendo propagando em fábricas, e da sufragista gaúcha Natércia da Silveira, fundadora da Aliança Nacional de Mulheres (1931).


A conquista do direito ao voto em 1932, foi consequência do trabalho feito não somente por elas e pelas organizações de mulheres da época, mas também de todos os envolvidos desde o primeiro indivíduo a defender o voto feminino muitos anos antes desses movimentos surgirem.

Em 1927, o Presidente Washington Luís manifestou-se a favor do voto às mulheres.

Logo depois, ainda no mesmo ano, Em 25 de outubro de 1927, pela Lei nº 660, projeto do governador Juvenal Lamartine de Faria, o Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado que, ao regular o "Serviço Eleitoral no Estado", estabeleceu que não haveria mais "distinção de sexo" para exercício do sufrágio.




Considerada pela história (por ter seu nome lembrado) como a primeira mulher a tirar o título de eleitor e votar no Brasil, a nordestina potiguar Celina Guimarães Viana, com apoio principal de seu marido, Elyseu de Oliveira Viana, requereu alistamento eleitoral, tendo seu nome incluso na lista de eleitores do Rio Grande de Norte, a primeira mulher na lista, em 25 de novembro de 1927. Várias outras mulheres requereram alistamento eleitoral após ela no Rio Grande do Norte e em outros 9 Estados brasileiros.

A professora catedrática da Escola Normal de Natal, a nordestina potiguar Júlia Alves Barbosa é que foi a primeira mulher a requerer alistamento eleitoral, antes de Celina (22 de novembro de 1927). O deferimento de Celina, por parte do juiz, saiu primeiro e mais rápido, por Celina ser uma mulher casada e respeitada, isto é, ser casada com um advogado e professor. O de Júlia só foi deferido depois (1º de dezembro de 1928), dada a sua condição de solteira. Júlia foi uma das fundadoras da Associação de Eleitoras Norte-rio-grandenses.
Segundo pesquisa do escritor João Batista Cascudo Rodrigues, o histórico do despacho foi vazado nestes termos (para inclusão de Celina na lista de eleitores):
"Tendo a requerente satisfeito as exigências da lei para ser eleitora, mando que inclua-se nas listas de eleitores. Mossoró, 25 de novembro de 1927." - Israel Ferreira Nunes

Celina votou juntamente com outras mulheres na eleição de 5 de abril de 1928, na cidade de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, sendo ela a primeira dentre as demais, no local onde hoje funciona a Biblioteca Municipal de Mossoró. Posteriormente foi pedida a anulação de seus votos pela Comissão de Poderes do Senado Federal.

Sobre sua participação histórica como a primeira mulher a votar no Brasil, mais tarde, Celina disse (parafraseando):
"Meu marido empolgou-se na campanha de participação da mulher na política brasileira e, para ser coerente, começou com a esposa dele, levando meu nome de roldão. Jamais pude pensar que, assinando aquela inscrição eleitoral, o meu nome entraria para a história. E aí estão os livros e os jornais exaltando a minha atitude. O livro de João Batista Cascudo Rodrigues - 'A Mulher Brasileira: direitos políticos e civis' - colocou-me nas alturas. Até o cartório de Mossoró, onde me alistei, botou uma placa rememorando o acontecimento. Sou grata a tudo isso que devo exclusivamente ao meu saudoso marido". - Celina Guimarães Viana
Vale lembrar o nome da estudante de direito mineira: Mietta Santiago (Pseudônimo de Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira), que descobriu que o veto ao voto das mulheres contrariava o artigo 70 da Constituição de 1891. Com garantia de sentença judicial (fato inédito no país o que a fez pioneira nessa situação), ela conquistou o direito de votar (e votou em si mesma para o cargo de deputada federal). Carlos Drummond de Andrade dedicou a Mietta o poema "Mulher Eleitora". 

A primeira mulher eleita no Brasil e na América Latina foi a nordestina potiguar (prefeita) Alzira Teixeira Soriano, assumindo a prefeitura do município de Lages-RN.

Persiste a ideia errônea de que as mulheres nunca participaram da política antes dos movimentos sufragistas. Na Idade Média, as mulheres participavam das funções públicas em diversos países e por vezes até mesmo votavam. Por ocasião dos Estados Gerais de 1380, as mulheres são citadas explicitamente entre as votantes em diversas partes do território francês. Com o fim da Idade Média, no final do século XVI a mulher foi afastada das funções públicas. 

Voltando e concluindo a história da conquista do voto feminino no Brasil, finalmente em 1932, a mulher teve seu direito ao voto garantido, sendo assegurado novamente na Constituição de 1934 e nas posteriores, sem mais anulações. Se hoje temos este direito é graças a vários homens e mulheres que defenderam esta causa. Nos recusamos a dar predileção a alguém ou  a um movimento específico.
Reconhecemos aqui a importância de todos os envolvidos, homens e mulheres, para esta conquista histórica.


Referências:

ALVES, Branca Moreira. Ideologia e feminismo: a luta da mulher pelo voto no Brasil. Petrópolis-RJ: Vozes, 1980. p. 94 e 95.

AQUINO, Felipe. Uma história que não é contada. Editora Cléofas, mar. 2008.

RIBEIRO, Antonio Sérgio. A mulher e o voto. São Paulo: ALESP, 2012. Disponível em:
http://www.al.sp.gov.br/repositorio/bibliotecaDigital/277_arquivo.pdf

Primeira prefeita eleita no Brasil foi a potiguar Alzira Soriano. Tribunal Superior Eleitoral, 2013.


SCHUMAHER, Maria Aparecida; VITAL BRASIL, Érico. Dicionário mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade - biográfico e ilustrado. p. 165-166.

Sufrágio Feminino. 

VAINSENCHER, Semira Adler. Celina Guimarães Viana. Fundação Joaquim Nabuco, Recife.

VAINSENCHER, Semira Adler. Júlia Alves Barbosa. Fundação Joaquim Nabuco, Recife.



Mulheres guerreiras do Iraque e da Síria: ação de coragem e bravura em defesa de seus povos!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016


Guerreiras curdas iraquianas da minoria étnico-religiosa Yazidi



A defesa de uma pátria exige ações de coragem e bravura!

Em guerra desde 2011, a Síria, liderada pelo presidente Bashar al-Assad, vem resistindo contra os ataques de grupos terroristas infiltrados no país, financiados por agentes externos que só lucram com esta guerra e almejam a derrubada do governo para assim dominar e explorar as terras e o povo sírio, como fizeram no Iraque e em outros lugares. O Iraque que tem partes de seu território também tomado pelo Isis, está resistindo como pode com a ajuda do Exército Iraquiano e de outros grupos como, por exemplo, os Peshmerga (exército curdo). Diante disso, surge um belo e inspirador exemplo das mulheres sírias e iraquianas que lutam pela defesa da honra e integridade de seu povo!

As mulheres yazidi (curdas iraquianas) formaram uma unidade militar para atacar o Isis (Daesh/Estado Islâmico). As guerreiras yazidi estão planejando um ataque contra a fortaleza de Mosul (Iraque). A unidade já conta com 2 mil combatentes e inclui centenas de ex-escravas sexuais (raptadas pelo Isis) que escaparam do cativeiro após a captura da cidade de Sinjar (no Iraque, perto da Síria).

Os yazidi são considerados "adoradores do diabo" pelos islamitas.



Khider descreve o caos após a queda de Sinjar - quando testemunhas da Anistia Internacional delataram guerreiros Daesh raptando mulheres para usá-las como escravas sexuais:
"As mulheres estavam jogando seus filhos de penhascos e pulando atrás deles, pois era uma forma mais rápida de morrer.
Estávamos de mãos atadas. Ninguém podia fazer nada sobre isso".

Todas as refugiadas yazidi relatam com profunda tristeza a forma cruel como eram tratadas (como escravas sexuais).

Um dos objetivos do grupo yazidi é libertar outras mulheres que ainda são mantidas em cativeiro como escravas sexuais em Mosul (no Iraque). A capitã Khatoon disse:

"Sempre que uma guerra começa, nossas mulheres acabam sendo as vítimas.
Nossa força de elite é um modelo para outras mulheres da região. Todas desejam pegar em armas para 'se proteger do mal'.
Temos muitas mulheres em Mosul sento mantidas como escravas. Suas família estão esperando por elas. Nós estamos esperando por elas. A libertação pode ajudar a trazê-las para casa".

Dentre os grupos que combatem o Estado Islâmico, destacamos também a participação feminina dentro do grupo Qamishli Sootoro (Força de Proteção Gozarto - Gozarto Protection Force) - uma milícia cristã síria-ortodoxa (alinhada ideologicamente ao regime de governo de Bashar al-Assad) composta de soldados assírios, e armênios, ambas comunidades localizadas na Síria. Estas mulheres combatem os terroristas sem medo, com honra e dignidade.

Nosso apoio e admiração a essas mulheres guerreiras, que preferem fincar pé em seu solo ancestral castigado, enquanto tantos homens em condições de ir à batalha preferem fugir!


Guerreiras assírias sírias do grupo Qamishli Sootoro (Força de Proteção Gozarto - Gozarto Protection Force)


Referências
 
Sobre quem são os Yazidi: Wikipedia: Yazidi


Sobre os sofrimentos que o Isis tem causado às mulheres Yazidi:
Folha SP Uol
Euronews
BBC Brasil
Yahoo notícias 


Sobre o grupo GPF - Qamishli Sootoro (e outros grupos que combatem o EI):
Wikipedia: Sootoro (em inglês - conferir links nas referências)
Yahoo News (em inglês)
Almanaque da autodeterminação

Não às drogas nas universidades!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O uso de drogas é destrutivo nos diversos setores da sociedade, especialmente quando se trata de drogas ilícitas. Mas para as pessoas que já tiveram contato com ambientes universitários no nosso país, é muitas vezes evidente a situação calamitosa, até pela normalidade com a qual é tratado o consumo de drogas. 

Dados¹ mostram que quase a metade (48,7%) dos estudantes no ensino superior já usaram drogas ilícitas alguma vez, o que é mais do que o dobro da média brasileira geral. Ainda mais preocupante: o uso por parte das universitárias aumentou muito, sendo que o organismo feminino é mais vulnerável aos danos físicos e psíquicos resultantes, e estes danos são ainda mais graves se ocorrer consumo durante a gravidez ou amamentação. 

 

Um ambiente propício aos estudos acadêmicos declina cada vez mais devido aos entorpecentes (tanto lícitos quanto ilícitos), que estão ligados à falta de atenção, má qualidade do sono, dificuldade de concentração, faltas e desistência. Além disso, os outros alunos também saem prejudicados com a depredação das dependências das faculdades, algazarras, acidentes automobilísticos e violência causados pelos drogados. 

O motivo para essa decadência está muitas vezes relacionado à necessidade de afirmação dentro de grupos ou de uma falsa autonomia. O que é feito por inércia, carência ou baixa autoestima, pode ser amor à liberdade de escolha? Obviamente, não. A influência neoesquerdista/marxista na educação universitária tem uma atuação muito negativa nesse ponto, se empenhando na oportunista defesa da total liberalização das drogas, mesmo quando em um país de políticas inspiradas no marxismo, como Cuba, o tráfico de drogas é duramente combatido e punido com pena capital. 

É triste ver a inteligência de tantos jovens desperdiçada! Os futuros formandos precisam ser referência para os mais novos e atores exemplares na revolucionária construção da soberania ibero-americana, não peças debilitadas e passivas do convívio social.

¹ Artigo da Unicamp - "Uso de drogas por universitários" 


Simbologia

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Todo grupo precisa de um símbolo que transmita sua identidade coletiva e sintetize seus ideais mais essenciais. E seus elementos mais assertivos devem carregar significados que sejam compreendidos tanto pelos adeptos do movimento quanto pelos externos a ele.

Nosso símbolo é representado pelo círculo externo com múltiplas pontas (cabeças de lança), que representa a multipolaridade: apontando para várias direções, representa a multiplicidade de alternativas sociais, políticas, ideológicas e espirituais. Nesse sentido, nossa multipolaridade deve ser compreendida à luz da Quarta Teoria Política e de suas propostas de superação das ideologias já existentes, bem como pela busca de novas alternativas e de construções autônomas, não condicionadas aos espectros ideológicos já existentes.

Do lado interno do círculo, no centro, está a figura alusiva à mulher, com aspectos de árvore. As raízes representam as estruturas e bases identitárias coletivas das quais a mulher retira seu próprio significado existencial e sua identidade enquanto pessoa. Sem esse sentimento e o apego profundo às identidades coletivas herdadas por nossos ancestrais, seria impossível sequer definir um conceito de feminino e feminilidade, ou da própria existência da mulher. Nessas significações e tradições estão nossas raízes, a base para a formação de nossa figura feminina. 

A mescla da forma feminina com os aspectos de uma árvore significa diversos paralelos: assim como as árvores, devemos ser frutíferas (no matrimônio, na maternidade, no intelecto, no espírito, no âmbito social e nas atividades profissionais por nós exercidas), e não só dar frutos, mas excelentes frutos; assim como elas, devemos ser fortes (rejeitando, assim, a falsa feminilidade vitoriana que transforma a mulher em um ser puramente desprovido de força, indefeso e incapaz de agir por si mesma, trocando a figura da "dama" burguesa pelo da mulher ativa e atuante); e assim como elas, devemos crescer e amadurecer com o transcorrer do tempo.
Nas raízes estão as iniciais de nosso grupo: MATRIA - Mulheres em Ação pela Tradição Ibero-Americana. Fazemos, assim, alusão à maternidade e à pátria (daí, podemos entender a sigla MATRIA como um termo que une as duas palavras), deixando explícito o nosso pertencimento a uma identidade coletiva firmada no solo, mas muito além do mero solo, e esclarecendo que, sem mulheres, sem mães, não haveriam povos, não haveriam nações - e nem pátrias.

Com estes sinais e seus significados, defendemos e continuaremos a defender nossas verdadeiras raízes, o verdadeiro valor da mulher e sua essência enquanto elemento ativo da sociedade, valorizando o identitarismo coletivo como elemento firmador do valor feminino, em lugar do atomismo individualista "feminista" moderno.

Sobre nós

Só é possível responder quem somos se nós soubermos definir aquilo que desejamos ser. Dias difíceis são os nossos, onde os conceitos e significados mais simples e óbvios são perdidos; onde a própria identidade feminina, algo extremamente puro, sublime e compreensível (além de natural) ganha falsos significados e termos puramente técnicos, ideológicos e fetichistas. Em nossa era, aquilo que era simples foi desfigurado para as sombras do ininteligível, da subjetividade infinita. 

O que, nesse mundo moderno, a mulher pode ser senão mais uma simples peça substituível em um sistema econômico? Que outra utilidade pode ter além de servir como experiência viva de movimentos que, arrogando para si os pretextos da defesa da mulher, transformam-na em qualquer coisa: menos em mulher.

Nós pretendemos ser diariamente mulheres melhores; mães melhores, esposas melhores, filhas melhores, cidadãs melhores. Não interessadas em destruir aquilo que nossas ancestrais construíram durante milênios, aniquilando nossas identidades culturais, étnicas, familiares e religiosas numa oferenda no altar do modernismo, onde nem há homem, nem mulher, nem bem, nem mal.

Assim, em lugar do globalismo uniformista e desagregador, nós propomos o identitarismo regional, o comunitarismo e a religiosidade autêntica. E, como somos mulheres, o exercício da nossa feminilidade: Tudo aquilo que nossas ancestrais construíram e que hoje é considerado como mero produto de um patriarcado artificial. Acionistas e diretoras executivas não são mais importantes do que mães; o carreirismo não é um projeto tão nobre quanto a maternidade.

Oferecemos uma alternativa orgânica e identitária àquelas que não se vêem representadas por aquilo que se convencionou chamar de "feminismo"; que não se identificam com uma doutrina que, alegando defender aquilo que são e lutar pelas mulheres, deseja destruir as próprias distinções naturais entre os gêneros (e destruir a própria concepção de gênero) e, dessa forma, destruir as mulheres por consequência. Um mundo uniforme representa a destruição de toda riqueza distinta produzida pela humanidade, onde as mãos e pés das mulheres - e especialmente seus ventres - sempre estiveram participando ativamente.

Convocamos todas aquelas que se orgulham de sua natureza feminina, de serem aquilo que são e que desejam transmitir a seus herdeiros toda a herança sagrada adquirida de nossas mães.

Feminilidade, Coragem e Tradição!


Leia nosso Manifesto.

 

MATRIA – Por uma luta feminina identitária e legítima!

sábado, 13 de fevereiro de 2016


 
   Um mal insidioso vem se alastrando entre as nações. Alguns dos sintomas observados naquelas onde ele se instalou são: destruição ambiental, relações mediadas por máquinas e consumo, perda das referências tradicionais sobre a cultura e a moral, ansiedade e tristeza generalizadas, superficialidade e vazio que parecem não ter solução. O mal de que falamos age no Brasil e na Ibero-América por meio de uma ideologia tirânica mascarada de normalidade: o liberalismo.

   Desde a sua vitória sobre as demais teorias políticas modernas, o liberalismo tem avançado com seus planos universalistas em ritmo acelerado e com esse processo assistimos ao declínio das mais admiráveis formas humanas de existência. Os liberais se empenham em fragmentar e “desconstruir”, mas agora chegamos ao ponto em que ficou muito explícito que eles não têm nada para construir no lugar e não podem lidar com seu próprio estado de dispersão interior. Tudo isso é especialmente destrutivo para a mulher, visto que acabar com o feminino tem sido uma tarefa prioritária para o globalismo liberal.

   Proliferam movimentos que dizem defender as mulheres e falar em nome delas, que costumam se chamar de “feministas”, mas frequentemente promovem a antítese do feminino e recebem para isso apoio de grupos financeiros que estão no topo do sistema. Assim, instrumentalizando causas legítimas das mulheres, como a luta por direitos políticos e contra a violência, estas pseudofeministas trabalham para destruir a dignidade da mulher, realizando cenas públicas de profanação contra as diversas religiões (seguidas por bilhões de mulheres em todo o mundo) e, principalmente, de profanação contra o corpo feminino. Estas falsas porta-vozes se dizem pela liberdade, mas defendem a escravidão das mulheres à prostituição e ao trabalho assalariado. Dizem ser pelo “protagonismo” feminino, mas consideram homens com órgãos sexuais mutilados como mulheres, defendem teorias que pretendem extinguir os dois gêneros existentes e se esforçam para destruir a família, instituição na qual a mulher sempre foi central. Nós, mulheres dissidentes de todas as regiões do Brasil, estamos aqui para mostrar com ações que ESSES GRUPOS NÃO NOS REPRESENTAM! Eles não têm o direito de se chamar “feministas” ou qualquer coisa que tenha o feminino em sua raiz. Não falam por nós, nem pelas mulheres do povo ibero-americano.

   O MATRIA vem a público sem rodeios e com inimigos declarados: lutaremos contra o câncer da modernidade e contra todos os que levantam suas bandeiras imundas, principalmente se as mulheres forem as prejudicadas! Mas não é só isso: nossa briga é também para melhorar as condições de vida e realização plena da mulher em todos os aspectos, para resgatar nossa força interior e nossos instintos, para valorizar e fortalecer a identidade feminina e combater as injustiças que tantas mulheres sofrem. No que depender de nós, o feminino continuará cada vez mais vivo e as pretensões globalistas de matá-lo se frustrarão uma a uma!

 
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