Todo
grupo precisa de um símbolo que transmita sua identidade coletiva e
sintetize seus ideais mais essenciais. E seus elementos mais assertivos
devem carregar significados que sejam compreendidos tanto pelos adeptos
do movimento quanto pelos externos a ele.
Nosso símbolo é representado pelo círculo externo com múltiplas pontas
(cabeças de lança), que representa a multipolaridade: apontando para
várias direções, representa a multiplicidade de alternativas sociais,
políticas, ideológicas e espirituais. Nesse sentido, nossa
multipolaridade deve ser compreendida à luz da Quarta Teoria Política e
de suas propostas de superação das ideologias já existentes, bem como
pela busca de novas alternativas e de construções autônomas, não
condicionadas aos espectros ideológicos já existentes.
Do lado interno do círculo, no centro, está a figura alusiva à mulher, com aspectos de árvore.
As raízes representam as estruturas e bases identitárias coletivas das
quais a mulher retira seu próprio significado existencial e sua
identidade enquanto pessoa. Sem esse sentimento e o apego profundo às
identidades coletivas herdadas por nossos ancestrais, seria impossível
sequer definir um conceito de feminino e feminilidade, ou da própria
existência da mulher. Nessas significações e tradições estão nossas
raízes, a base para a formação de nossa figura feminina.
A mescla da forma feminina com os aspectos de uma árvore significa diversos paralelos: assim como as árvores, devemos ser frutíferas
(no matrimônio, na maternidade, no intelecto, no espírito, no âmbito
social e nas atividades profissionais por nós exercidas), e não só dar
frutos, mas excelentes frutos; assim como elas, devemos ser fortes
(rejeitando, assim, a falsa feminilidade vitoriana que transforma a
mulher em um ser puramente desprovido de força, indefeso e incapaz de
agir por si mesma, trocando a figura da "dama" burguesa pelo da mulher
ativa e atuante); e assim como elas, devemos crescer e amadurecer com o transcorrer do tempo.
Nas raízes estão as iniciais de nosso grupo: MATRIA - Mulheres em Ação pela Tradição Ibero-Americana. Fazemos,
assim, alusão à maternidade e à pátria (daí, podemos entender a sigla
MATRIA como um termo que une as duas palavras), deixando explícito o
nosso pertencimento a uma identidade coletiva firmada no solo, mas muito
além do mero solo, e esclarecendo que, sem mulheres, sem mães, não
haveriam povos, não haveriam nações - e nem pátrias.
Com
estes sinais e seus significados, defendemos e continuaremos a defender
nossas verdadeiras raízes, o verdadeiro valor da mulher e sua essência
enquanto elemento ativo da sociedade, valorizando o identitarismo
coletivo como elemento firmador do valor feminino, em lugar do atomismo
individualista "feminista" moderno.